A psicologia do filme A Pergunta Final (The Man Who Knew Infinity) é profundamente complexa e trabalha com temas como genialidade, isolamento, preconceito, superação e fé. Ele explora a mente de um gênio autodidata que, apesar de não ter uma formação acadêmica formal, consegue desenvolver teorias matemáticas revolucionárias. No entanto, a história também expõe o impacto emocional e psicológico da luta de Ramanujan para ser aceito no mundo acadêmico ocidental.
1. O Conflito entre Intuição e Racionalidade
O filme apresenta um embate psicológico entre duas formas de pensar: a intuição e a lógica rigorosa. Ramanujan acredita que seus teoremas vêm de uma inspiração quase divina, algo que ele não consegue explicar formalmente. Já seu mentor, G.H. Hardy, representa o pensamento acadêmico racionalista, que exige provas rigorosas e metodológicas. Essa tensão intelectual gera frustrações em ambos os personagens e destaca um conflito psicológico comum entre gênios criativos e o mundo estruturado da ciência.
2. Isolamento e Sofrimento Emocional
Ramanujan enfrenta um profundo isolamento cultural e emocional ao sair da Índia para estudar em Cambridge. Ele sofre preconceito racial, tem dificuldades de adaptação e sente saudades de sua esposa e de sua cultura. O filme mostra como esse isolamento impacta sua saúde mental e emocional, levando-o a momentos de angústia, tristeza e solidão. O ambiente hostil o afeta psicologicamente, tornando sua jornada ainda mais desafiadora.
3. Preconceito e Rejeição
O filme também aborda a psicologia do preconceito, evidenciando como a sociedade acadêmica britânica subestima Ramanujan por sua origem humilde e sua cor de pele. A resistência de muitos matemáticos em aceitar suas ideias gera um ciclo de frustração e dúvidas, o que adiciona um peso psicológico à sua jornada. Ele luta não apenas para provar seus teoremas, mas também para provar seu próprio valor como ser humano e matemático.
4. O Papel da Fé e da Identidade
A fé de Ramanujan tem um papel psicológico essencial no filme. Ele acredita que seus conhecimentos vêm da deusa Namagiri, o que contrasta com a visão científica e ateísta de Hardy. Essa crença o mantém firme diante das dificuldades, mas também o coloca em conflito com o pensamento acadêmico ocidental. Esse aspecto mostra como a fé pode ser uma fonte de força emocional e resistência, mesmo em ambientes hostis.
5. A Relação entre Mestre e Discípulo
A dinâmica entre Ramanujan e Hardy evolui de um relacionamento distante e formal para uma profunda admiração e respeito mútuo. Hardy, que inicialmente vê Ramanujan apenas como um fenômeno matemático, começa a reconhecer sua genialidade e se torna mais humano e empático. Psicologicamente, essa relação reflete um processo de crescimento e transformação, onde ambos os personagens são impactados um pelo outro.